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Fintechs: como elas impactam o mercado

Com um sistema financeiro historicamente engessado e burocrático, o Brasil se mostrou um terreno fértil para as startups que se propuseram a preencher as lacunas que os bancos tradicionais não priorizam. 

Após décadas ditando as regras do relacionamento dos clientes, hoje as grandes instituições bancárias estão testemunhando o consumidor assumir o controle da sua própria vida financeira por meio de soluções inovadoras. 

Com isso, neste texto, você irá entender tudo sobre fintechs: o que são, qual o seu impacto no mercado e suas vantagens. 

O que é fintech?

Fintechs são empresas que fornecem serviços financeiros através do uso da tecnologia. São negócios jovens que oferecem as mesmas soluções que as instituições financeiras tradicionais (bancos, corretoras, seguradoras, gestoras de fundos, casas de câmbio), mas que possuem a inovação tecnológica na base das suas operações. Desse modo, também a inovação, que compõe a base para o desenvolvimento de todo o modelo de negócio.

Como o modelo de distribuição de serviços das fintechs é digital, a maioria delas não possui grandes gastos com estruturas físicas, como agências. Por esse motivo, as fintechs podem oferecer produtos mais baratos ou até gratuitos, como cartões de crédito sem anuidade ou contas digitais grátis.

Fundado em 1998 na Califórnia, o PayPal é considerado a primeira fintech do mundo. A empresa é dona de um aplicativo de transferência online que opera com mais de cem moedas diferentes em duzentos mercados no mundo todo. Hoje, conta com cerca de 360 milhões de usuários ativos, inclusive no Brasil.

E nos últimos dez anos, as fintechs chamaram a atenção dos capitalistas de risco e passaram a receber cada vez mais investimentos. Algumas delas cresceram tanto que se tornaram fortes concorrentes de grandes bancos estabelecidos há décadas no mercado. Muitas outras foram total ou parcialmente adquiridas por esses mesmos bancos, que não demoraram para perceber o enorme potencial das startups de finanças.

A chegada do Open Banking também facilitou o desempenho de diversas instituições financeiras – tradicionais ou não -, que a partir do compartilhamento de dados e informações possibilitou o desenvolvimento de um setor que há muito limitou a movimentação dos clientes e, consequentemente, sua liberdade e educação financeira.

Devido ao custo reduzido – ou mesmo inexistente –, acessibilidade e clareza dos serviços oferecidos, as fintechs caíram rápido no gosto do público, cansado da burocracia, filas e letras miúdas. 

Quais são as principais vantagens e impactos das fintechs no mercado? 

Fintechs impulsionaram movimentos pela melhoria do desempenho e da lucratividade em todo o setor.

O setor bancário se moveu e passou a perceber as Fintechs não apenas como concorrentes, mas também como atores importantes para a renovação e evolução do sistema financeiro. Afinal de contas, o cliente é cada vez mais digital e é preciso aprimorar a experiência do consumidor.

Enquanto um banco tradicional exige a presença do cliente na hora de abrir uma conta, com as fintechs o processo é bem mais prático. Hoje, é possível abrir uma conta de investimentos sem precisar sair de casa, bastando preencher os dados principais, como CPF e identidade.

Confira alguns dos benefícios que ilustram bem o que é fintech:

  • Tecnologia: é possível resolver quase tudo online sem abrir mão da segurança.
  • Agilidade: menos burocracia.
  • Novidade: serviços que inovam o setor e trazem novas soluções.
  • Preço justo: costumam oferecer serviços com preços mais baixos, sem abrir mão da qualidade.

Assim, o imenso mercado de oportunidades inaugurado pelo advento das Fintechs veio para ficar. Dados coletados e analisados por elas podem fornecer às instituições financeiras uma visão mais detalhada do que os clientes estão fazendo e desejam fazer com seu dinheiro. O enriquecimento dos dados é uma estrada que pode ser trilhada em parceria. O poder do Cloud usufruído com mais assertividade pelas Fintechs é outro caminho para a entrega de novos produtos e serviços feitos sob medida para clientes individuais em tempo real que vem sendo incorporado por grandes bancos.

Algumas Fintechs oferecem novas oportunidades para aumentar a diversificação da carteira de empréstimos, uma vez que têm capacidade para personalizar serviços para cada cliente. Atuando com esta visão, é bem mais provável que ofereçam aos consumidores os produtos exatos que precisam, e quando precisam. E os empreendimentos tradicionais do setor aprendem com isso.

Eventuais parcerias com Fintechs podem ajudar a resolver problemas específicos, tanto em segurança digital, como em transferências de valores, na realização de empréstimos com maior agilidade e menor risco, ou na proteção das transações de crédito.

Além disso, hoje é comum, por exemplo, que grandes varejistas também ofereçam cartões de crédito, conta corrente, seguro, crédito, carteira digital etc. Ou seja, os produtos financeiros estão apenas “embutidos” (embedded) nessas varejistas, cujo setor de atuação não é, em princípio, o de finanças. A prática tem até nome: embedded finance, ou “finanças embutidas”.

No entanto, a tendência não se restringe a esse setor. Na verdade, na última década, a digitalização dos serviços e a democratização da tecnologia permitiram que qualquer companhia pudesse embutir a oferta de produtos financeiros no seu portfólio de soluções. Gigantes da tecnologia como Google e Apple adotaram a estratégia com as carteiras digitais Google Pay e Apple Pay.

Assim as fintechs abrem caminho para outras empresas de diversos setores beberem da água da retenção de clientes, facilidade em pagamentos e insumos para desenvolvimento de novos produtos e serviços. Tornando as empresas competitivas, com maior rapidez e menor investimento.

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